sábado, janeiro 07, 2006

VELHAS QUADRAS

Sobram-me na memória estas quadras antigas que, para não se perderem nos tempos, registo de seguida.

Carne de porco é presunto
Prato partido é caco
Homem morto é defunto
Olho do cú é buraco

No cume daquela serra
Plantei uma roseira.
Quanto mais a rosa cresce
Mais a rosa do cume cheira.

Oh pensão da morte lenta
No inferno sejas tu!
Já tenho ferrugem nos dentes
E teias de aranha no cú.

Primeiro roeu as unhas
Os dedos depois roeu.
Foi roendo o corpo inteiro
Roeu-se todo e morreu.

As três primeiras “rimam” em torno de uma palavra controversa e contudo banal, enquanto a última talvez tenha sido escrita por uma assassina ingénua, que assim pretendia justificar o desaparecimento de um cara-metade, dando-o como ansioso em excesso.