quinta-feira, janeiro 19, 2006

O AZUL NA CRIAÇÃO

Na luz se acolheu
Matou a sede da água
Abraçou o ouro no céu
Embebedou as aves
Adão tomou-o como seu.


SOBRE O AZUL

Percorrendo a simbologia do azul, deparo-me com coisas sabidas e com uma ou outra novidade.

Sabido o representar do céu, do caminho, da liberdade − na bandeira francesa, o parlamento −.
Sabido a virilidade, a nobreza do sangue azul.
Sabido que em tons leves proporciona paz e harmonia e que em tons fortes acarreta depressão, impetuosidade, mutabilidade.

Não sabido que representa a harmonia e a arte na bandeira do orgulho gay e que representa os heterossexuais na bandeira dos bissexuais.
Não sabido que, com o rosa, fazem as cores da libra, signo do zodíaco cigano, equivalente ao da nossa balança. Libra que representa o equilíbrio e a justiça, a riqueza material e espiritual. Rugero Malvasquez é o seu cigano protector.
Não sabido que se designa a segunda lua cheia num mesmo mês por lua azul. Lua que ocorre só três vezes em cada sete anos e está ligada a tradições da deusa terra, a Avalon e a duendes. Fernando Pessoa dedicou-lhe um poema, que é assim:


A Lua (dizem os Ingleses)

A Lua (dizem os Ingleses)
É feita de queijo verde.
Por mais que pense mil vezes
Sempre uma idéia se perde.
E era essa, era, era essa,
Que haveria de salvar
Minha alma da dor da pressa
De... não sei se é desejar.
Sim, todos os meus desejos
São de estar sentir pensando...
A Lua(dizem os Ingleses)
É azul de quando em quando.


14-11-1931