terça-feira, outubro 17, 2006

ATÉ AMANHÃ, MARGARIDA!

Neste brevíssimo dizer, gostava de começar por agradecer ao Padre Carrara e ao Padre Paulo toda a compreensão e toda a elevação com que nos têm ajudado ao longo dos últimos dias. Bem hajam, Padre Carrara e Padre Paulo!

De seguida, gostava de agradecer à Flora, mãe dos meus filhos, todo o amor e todo o esforço que este exige, e que dia após dia sempre lhes ofereceu. Bem hajas, Flora!

Gostava também de agradecer a fraternidade dos corações de quantos, aqui ou algures, nos estão a apoiar. Bem hajam!

Quanto a ti, Margarida, já foste.

Sei que aproveitaste bem o teu caminho terreno para desenvolver o teu dom divino. A tua exigência em crescer, em servir, em dar, em viver o momento presente mais que o futuro, eram coisas que imparavelmente te admirava e, às vezes, me preocupavam. Por tudo isto, sei que a tua essência se aproxima de Deus e que será um contributo para o Seu reino.

Quero crer que o teu espírito não se limita à sua essência. Quero crer que deixaste um pouquinho dele em cada mulher, em cada homem, em cada ser com que privaste. Que a cada um deixaste um pouquinho dessa energia mágica de que se faz o contacto entre os seres.

A mim, ter-me-á tocado um pedacinho maior, resultado de um amor e de um convívio muito especiais que a ambos nos unia. Quero dizer-te que desse pedacinho, recheado dos encontros e dos desencontros que o fizeram, não farei luto. Regá-lo-ei, como se regam as margaridas e as outras flores, todos os dias.

E procurarei, também com o que me ensinaste, desenvolver mais e melhor o meu dom divino, engrandecendo o Hino da bondade universal.

Até amanhã, filha!

domingo, outubro 15, 2006

A TI

A ti que ajudas na fuga
De si àquele que te tem
A ti que levas amor
A famintos sem ninguém
A ti que me aqueces do frio
E que me enganas a fome
A ti que enches o vazio
Daquilo que não sinto
A ti, pá, uma figa!

A ti que fazes em mil cores
O grito que me vai no peito
A ti que tornas em músicas
Mil desgostos que alimento
A ti, pá, uma figa!

Já ouço vozes alegres
Que gargalham lá fora!
Vamos todos de mãos dadas!

Por ti, vinho, embebedo-me!

Dedicado, com um abraço, ao meu amigo Francisco M Mendonça, que um dia talvez o leia e que das lembranças que lhe traga talvez se sorria.
C. Marques Pinto, Fevereiro de 1973