terça-feira, agosto 14, 2007

O TEU ABRAÇO, MARGARIDA

Chorei depois de falar com a memória que tenho de ti. Recordei o dia em que me deste um abraço especial, um longo e estreito abraço. Nunca o esqueci. Atribuí o repetir da sua lembrança a uma certa angústia, à angústia de não ter sabido ou não ter podido corresponder-lhe.

Hoje percebi que me abraçaste muito para além desse meu entendimento. E, por isso, chorei.

Sei agora que acreditaste então ter-me compreendido. Que juntaste bocados do meu kharma passado e que acreditaste teres-me visto. Que sentiste uma compreensão nítida e desejada do meu ser, uma compreensão de tudo o que o justificava a teus olhos. Que julgaste possuir-me. E daí a imensa solidariedade e todo o amor de filha naquele longo abraço.

São de júbilo as minhas lágrimas. E publico-as. E quero louvar-te a constante demanda dos que tomaste como amigos. A demanda da amizade incondicional.