terça-feira, agosto 14, 2007

O TEU ABRAÇO, MARGARIDA

Chorei depois de falar com a memória que tenho de ti. Recordei o dia em que me deste um abraço especial, um longo e estreito abraço. Nunca o esqueci. Atribuí o repetir da sua lembrança a uma certa angústia, à angústia de não ter sabido ou não ter podido corresponder-lhe.

Hoje percebi que me abraçaste muito para além desse meu entendimento. E, por isso, chorei.

Sei agora que acreditaste então ter-me compreendido. Que juntaste bocados do meu kharma passado e que acreditaste teres-me visto. Que sentiste uma compreensão nítida e desejada do meu ser, uma compreensão de tudo o que o justificava a teus olhos. Que julgaste possuir-me. E daí a imensa solidariedade e todo o amor de filha naquele longo abraço.

São de júbilo as minhas lágrimas. E publico-as. E quero louvar-te a constante demanda dos que tomaste como amigos. A demanda da amizade incondicional.

2 comentários:

Júlia disse...

Olá Carlos, como está?
Há algum tempo atrás lhe enviei um e-mail comentando seu post sobre a latinha de fermento Royal, lembra? Me chamo Júlia Lima, e sou brasileira. Atualmente, estou fazendo mestrado em Design na Pontíficia Universidade Católica do Rio de Janeiro e estudo a relação afetiva das pessoas com marcas de produtos. Duarnte minha pesquisa de campo, realizei uma "netnografia" buscando histórias da vida cotidiana das pessoas em que marcas estiveram presentes. Como lhe disse no e-mail anterior, sua história com o fermento Royal é muito parecida com a minha... Quando eu era criança, também ficava em torno de minha mãe quando ela fazia bolos e me distraía olhando o "infinito" no rótulo da latinha do fermento. Esta é inclusive a história com que começo meu trabalho, e que me fez procurar pessoas com histórias parecidas com a minha. Gostaria de saber se você me daria a permissão de publicar sua história na minha dissertação de mestrado? Seria muito bom...
Um grande abraço para você! Júlia

Daterra disse...

hhuummm,

ser ou não ser talvez não seja a questão...

:)

obrigado pelas palavras sensíveis

Abraço amigo