quarta-feira, janeiro 04, 2006

NOVAMENTE O TURISMO RESIDENCIAL


Portugal tem feito muito pouco pela vida, em parte preso a élites de pensares serôdios e em parte pelos interesses do passado, ou seja, instalados. No que respeita ao turismo residencial, onde temos excelentes perspectivas, ó no Algarve se vão comercializando, e de forma muito incipiente, habitações a estrangeiros. Normalmente são estes que as vêm procurar, ou então procura-se comercializá-las através da internet − um meio baratucho e pouco eficaz (estudos demonstram que a intervenção de um intermediário próximo, em que depositem confiança é um factor chave) −, não se recorre a estudos de mercado sobre a opinião da procura e sobre os canais de comercialização a adoptar nos principais mercados (alemão e inglês). Enfim, uma abordagem pouco profissional. Um não fazer o trabalho de casa.

E não percebo porque não se comercializam noutras zonas, no Porto e na costa do Minho, por exemplo. Estudos - estrangeiros, obviamente - a que tenho acesso, e não estou autorizado a divulgar, mostram existir um segmento apreciável de reformados, cujos principais interesses, para além do clima, são a hospitalidade, os custos da habitação/de vida, a qualidade de vida e a gastronomia. E cujas principais reticências se prendem com a língua e a distância (ao aeroporto), a cultura, a paisagem.

Porque não poderá, neste quadro o Porto/Minho, competir com o Algarve? Só porque os nossos municipalistas e os nossos empreendedores nisso não acreditam. Uma questão de fé, pela negativa.