quarta-feira, dezembro 28, 2005

NAS PRESIDENCIAIS, ABSTENHO-ME COM DESGOSTO

A recente questiúncula sobre a sugestão de Cavaco Silva no existir de um Secretário de Estado, ou de um Director Geral, para as empresas estrangeiras foi a gota de água que me levou a decidir. Não só pelo desinteresse da sugestão e pela falta de grandeza e visão que ela encerra, mas pelo recuo daquele senhor, que nem ao menos se atreve a questionar a mentalidade avessa ao conflito criativo.

Desde quando é anticonstitucional o presidente da república, ou um candidato ao posto, sugerirem na praça pública algo cuja composição compete definitivamente ao Governo?! O facto de se discutir na praça pública temas relevantes para o futuro do país impede a boa colaboração?! O impedimento está só em algumas cabeças deste país de pseudo consensos, em que tudo se passa atrás das cortinas, apartando cada vez mais as gentes do fazer política.

Não! Decididamente o país não precisa de si, Sr. Cavaco Silva. Ganhará à primeira volta, estou convicto, porque os outros candidatos são, por razões diversas, ainda menos credíveis. Mas ganhará por omissão. Ganhará porque as elites(?) portuguesas falharam e continuam a falhar. No caso vertente, em não terem gerado um estadista que o remetesse, Sr. Cavaco Silva, à sua pequenez!