sábado, abril 15, 2006

OS FRANCESES E A CULTURA “BOTTOM-UP

Em 1789 a França da Revolução e a intelligentsia que a partir dela se formou, vieram querendo impor ao mundo, de cima, a igualdade. Não há igualdade na natureza, como Darwin bem demonstrou, mas antes a luta constante pela adaptação à sobrevivência. O mundo faz-se pois nessa luta, a partir de baixo, na recusa de vanguardas iluminadas, na luta pela diferença, pelo desigual, pela sobrevivência, pelo continuado aumento do saber. Mas, a par disso, a noosfera requer a solidariedade, a integração dessas diferenças, para que os homens posam construir um futuro cada vez mais complexo, mas também mais harmonioso. Mostra-o a TV, possibilita-o a internet. A luta do homem, hoje e nos tempos vindouros, é a luta pela integração do que é diverso, a construção harmoniosa do todo e não a busca da igualdade de per si.

Nesta justa medida, estão desadequadas as culturas que assentam na realidade e na divindade como coisas reveladas, de fora, como é o caso da França, de grande parte dos países latinos e dos países do norte africano. Atrasarem-se mais ou menos face à evolução do planeta restante, está nas mãos dos seus jovens; o que, nos casos para já conhecidos, parece apontar para um cada vez maior atraso.