COMENTADORES E RESULTADOS DAS AUTÁRQUICAS
Pacheco Pereira sustenta que os resultados menos bons do PS se deveram menos às medidas de austeridade socratianas do que aos desmandos de má gestão de Sócrates: insistência no projecto da OTA - onde é voz corrente que altos dignatários do PS e PSD têm vindo a comprar terrenos a bom ritmo -, nomação de Fernando Gomes para a Galp, substituição da boa gestão que se fazia na CGD incluindo Armando Vara na nova equipa, insistir em férias com o país a arder, etc.).
Miguel Sousa Tavares parece atribuir os resultados menos bons a uma deficiente gestão estratégica e táctica por parte dos respectivos responsáveis do PS.
Vasco Pulido Valente sustenta que a grande razão é o "apertar do cinto", à semelhança do que se passa na França e na Alemanha.
Como sempre, terão todos um pouco de razão. Contudo, parece-me interessante recorrer ao conhecimento comprovado na área da gestão, como contributo para que o leitor possa analisar por si cada uma destas posições.
Em gestão é habitual considerar que existem dois tipos de mudanças. Umas, referidas por mudanças transaccionais, referem-se às mudanças do dia a dia, inerentes à gestão corrente, onde não ocorrem grandes sobressaltos. Para lidar com estas, bastam os líderes nomeados para o efeito, que tenham algum poder de premiar e de punir e, eventualmente, informação privilegiada.
Mas quando há que encetar reformas profundas, que são ditas transformacionais, é requerido o empenho dos subordinados, sem o que elas dificilmente vão avante. Ora os estudos comprovam que tal empenho decorre da existência de líderes com poder carismático e/ou poder resultante de uma comprovada experiência anterior.
Por outro lado, os estudos evidenciam que os actos dos líderes têm mais impacto que o que eles dizem. Assim, se o patrão faz um grande discurso sobre a necessidade de os seus colaboradores se preocuparem com o futuro da empresa - ao nível da modernização, do lançamento de novos produtos, etc. - mas se, no dia a dia estes constatam que ele passa 90% do tempo a ver o que se pode cobrar, como se há-de pagar isto e aquilo e por aí fora, aquilo a que os colaboradores vão dar importância é à facturação, aos custos e à cobrança, esquecendo o futuro; ou seja, não lhes interessa o que ele disse, mas sim ao que ele faz.
Posto isto coloco uma questão. O que tem mais impacto sobre povo português: o que o Sr. Sócrates e outros dirigentes dizem sobre a necessidade da austeridade, ou a adopção sistemática de atitudes e actos de má gestão? Disto tudo conclua o leitor o que bem entender.
Pacheco Pereira sustenta que os resultados menos bons do PS se deveram menos às medidas de austeridade socratianas do que aos desmandos de má gestão de Sócrates: insistência no projecto da OTA - onde é voz corrente que altos dignatários do PS e PSD têm vindo a comprar terrenos a bom ritmo -, nomação de Fernando Gomes para a Galp, substituição da boa gestão que se fazia na CGD incluindo Armando Vara na nova equipa, insistir em férias com o país a arder, etc.).
Miguel Sousa Tavares parece atribuir os resultados menos bons a uma deficiente gestão estratégica e táctica por parte dos respectivos responsáveis do PS.
Vasco Pulido Valente sustenta que a grande razão é o "apertar do cinto", à semelhança do que se passa na França e na Alemanha.
Como sempre, terão todos um pouco de razão. Contudo, parece-me interessante recorrer ao conhecimento comprovado na área da gestão, como contributo para que o leitor possa analisar por si cada uma destas posições.
Em gestão é habitual considerar que existem dois tipos de mudanças. Umas, referidas por mudanças transaccionais, referem-se às mudanças do dia a dia, inerentes à gestão corrente, onde não ocorrem grandes sobressaltos. Para lidar com estas, bastam os líderes nomeados para o efeito, que tenham algum poder de premiar e de punir e, eventualmente, informação privilegiada.
Mas quando há que encetar reformas profundas, que são ditas transformacionais, é requerido o empenho dos subordinados, sem o que elas dificilmente vão avante. Ora os estudos comprovam que tal empenho decorre da existência de líderes com poder carismático e/ou poder resultante de uma comprovada experiência anterior.
Por outro lado, os estudos evidenciam que os actos dos líderes têm mais impacto que o que eles dizem. Assim, se o patrão faz um grande discurso sobre a necessidade de os seus colaboradores se preocuparem com o futuro da empresa - ao nível da modernização, do lançamento de novos produtos, etc. - mas se, no dia a dia estes constatam que ele passa 90% do tempo a ver o que se pode cobrar, como se há-de pagar isto e aquilo e por aí fora, aquilo a que os colaboradores vão dar importância é à facturação, aos custos e à cobrança, esquecendo o futuro; ou seja, não lhes interessa o que ele disse, mas sim ao que ele faz.
Posto isto coloco uma questão. O que tem mais impacto sobre povo português: o que o Sr. Sócrates e outros dirigentes dizem sobre a necessidade da austeridade, ou a adopção sistemática de atitudes e actos de má gestão? Disto tudo conclua o leitor o que bem entender.
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