domingo, junho 01, 2008

O INCONTORNÁVEL PETRÓLEO

É nos períodos de crise que se vê a pequenez mental de muitos líderes de organizações várias, na contestação absurda a Governos e na incapacidade de anteverem o que quer que não seja igual ao que aconteceu ontem. Isto se os seus histerismos e os que descabidamente provocam não levarem a tragédias maiores.

Último parágrafo de um artigo da Newsweek de hoje, em que se questiona sobre os impactos se o preço do barril de petróleo atingir 200 dólares:

"Então, o que se pode fazer? Para começar, os políticos devem parar de questionar as grandes companhias petrolíferas acerca dos preços tão elevados (porque elas actualmente apenas controlam uma pequena percentagem das reservas conhecidas, tal controlo não está na prática ao seu alcance), devem apoiar as iniciativas em energias verdes (assentes no vento e sol, em lugar do etanol) e parar de empanturrar os votantes com subsídios e cortes nos impostos sobre os combustíveis que ignoram a nova realidade − o petróleo é um recurso escasso, há mais gente interessada no seu consumo e a prodigalidade com que o temos consumido está a acabar. “Há um combustível que é barato, é limpo, está disponível e se chama economizar”, diz West [responsável pelo sector das energias da consultora McKinsey]. Algumas estimativas indicam que o mundo podia economizar 25% do seu consumo de petróleo com medidas simples como limitar a velocidade de condução, apagar as luzes e utilizar em pleno as tecnologias energéticas verdes que já existem (híbridos, melhores isolamentos, etc, etc). Embora não tenha sido a tendência das nações ricas − particularmente da América − preocupar-se com o consumo, é uma noção que irá adquirindo importância à medida que os preços da energia subirem. Aconteceu nos anos 1970. Acontecerá de novo e, se tivermos sorte, tornar-se-á a importante e última consequência do petróleo a 200 dólares."

Use-se a cabeça e a honestidade!

E vem-me também à cabeça o nosso país em concreto. O que aqui disse, há mais de um ano, sobre o novo aeroporto de Lisboa, e que ora repito: não pode haver estudos honestos que permitam avaliar actualmente do interesse em o construir. Depois do erro cometido pelo Governo ao estimar o preço médio do barril de petróleo para o ano corrente, como se propõe este ignorar o impacto do preço do petróleo daqui a uns dez anos no devir do transporte aéreo?

Sem comentários: