quarta-feira, junho 11, 2008

CAMIONISTAS NA RUA

Em Portugal, como na Europa, os arruaceiros vêm, vezes amiudadas, despejar a sua frustração e a sua ignorância para a rua. A ausência de democracia real impede-os de compreender a questão essencial: que os recursos do planeta são escassos, que há outras gentes no mundo que ganharam consciência, que querem comer melhor, que querem ter uma qualidade de vida mínima e que para isso lutam, trabalham e poupam. Em muita Europa, ainda se vive em tempo de império e acredita-se que se poderá continuar a ter cada vez mais, a esbanjar, trabalhando cada vez menos.

Em Portugal, uma grande maioria não trabalha, não respeita e pensa que o futuro lhe continuará a ser garantido pelos trabalhadores alemães e por outros trabalhadores europeus que se sabem organizar. A maioria dos portugueses realmente trabalhadores, daqueles que respeitam e que querem ser respeitados, emigra.
Somos o produto histórico do comando de uma burguesia marítima que, depois de D. João III, só admitiu um político e, mesmo este, porque houve a fatalidade de um terramoto.
Em tempos acreditei que a ditadura salazarista tinha sido o epílogo deste percurso. Uma crença baseada naquele pensar "Só te aguentas à força!". Hoje, sei que me enganei.

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