segunda-feira, junho 20, 2005

ANGÚSTIAS PRESIDENCIÁVEIS - 1

O tempo dá a perspectiva. Hoje, já vêem Cavaco Silva na sua real dimensão: um técnico cuja deficiente cultura (?) lhe limitou o horizonte a uma meia dúzia de anos e que fez alarde de não ter a semente da dúvida no seu pensamento. Como Salazar e como Cunhal, mas muito, muito, mais pequeno.

Ele foi o euro, ele foi o betão. Mas o criar condições para ir acabando paulatinamente com a mão de obra barata? Mas as necessárias mudanças culturais e o desmontar da máquina do Estado, sem os quais o 25 de Abril continuava a não ser uma revolução? Tenho a sensação de que ainda hoje não saberá do que falo.

Contudo, gere a sua imagem ardilosamente, iludindo o Zé Pagode, os politiqueiros de serviço e até alguns comentadores que deviam ser mais perspicazes.

Mas de que me serve tudo isso, se do outro lado da barricada estiver um poeta, homem generoso, sim, mas ainda menos talhado para a função presidencial?

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