“LEITURAS EM VIAGEM” (à Matosinhos?)
1. Salão nobre da Câmara de Matosinhos, onze e três quartos. Era suposto Eduardo Lourenço tecer algumas considerações sobre as ditas leituras.
A sala está meia cheia, em quarto minguante. Resultado de um marketing que só parece funcionar para o celulóide político como noutras terras pequenas por essa Europa fora? Sim, não nos inferiorizemos: por lá também há gente pequena como por cá (embora talvez em menor proporção). Mas Eduardo Lourenço merecia mais.
Ele discursa uma prosa poética sobre o tema durante uns quinze ou mais minutos. A perfeição do que ouvia desviou-me a atenção do tempo. E para gáudio da parca e arrebanhada plateia, disse que fora em Matosinhos que vira o mar pela primeira vez.
Guilherme Pinto, o autarca presidente do concelho, disse pouco, exerceu bem o atributo da simplicidade, ou esta será mesmo da sua natureza, mas ficou-lhe bem.
2. Biblioteca Florbela Espanca e centro cultural anexo, pelas catorze e trinta.
1. Salão nobre da Câmara de Matosinhos, onze e três quartos. Era suposto Eduardo Lourenço tecer algumas considerações sobre as ditas leituras.
A sala está meia cheia, em quarto minguante. Resultado de um marketing que só parece funcionar para o celulóide político como noutras terras pequenas por essa Europa fora? Sim, não nos inferiorizemos: por lá também há gente pequena como por cá (embora talvez em menor proporção). Mas Eduardo Lourenço merecia mais.
Ele discursa uma prosa poética sobre o tema durante uns quinze ou mais minutos. A perfeição do que ouvia desviou-me a atenção do tempo. E para gáudio da parca e arrebanhada plateia, disse que fora em Matosinhos que vira o mar pela primeira vez.
Guilherme Pinto, o autarca presidente do concelho, disse pouco, exerceu bem o atributo da simplicidade, ou esta será mesmo da sua natureza, mas ficou-lhe bem.
2. Biblioteca Florbela Espanca e centro cultural anexo, pelas catorze e trinta.
Uma exposição de desenhos, uma de acrílicos com colagens e uma de lindos olhares em caras negras fotografadas. Nem um catálogo sobre o que se podia ver...
Uma mesa redonda em que o tema era o da viagem escrita de Jacques Kerouac, On the Road. Exceptuando a seriedade e a poesia de Ondjaki, foi a vulgaridade, o improviso e a piada fácil e tosca. Uma afronta à criatividade e à honestidade. O medo de que persistam em insultar a minha inteligência, afasta-me decididamente de ir a outras conferências.