sexta-feira, dezembro 08, 2006

ADEUS A 2006

A impressão dos escritos neste blog, no ano de 2006, suscita-me amargura. Desde o início que mantive o hábito de colocar em papel os escritos do meu blog para melhor os partilhar com uns quantos amigos. Ou porque não se dão com a internet, ou porque preferem ler em papel, ou, ainda, para que fiquem com a versão final do que fui reescrevendo ao longo do tempo. Mas chegado a este final do ano, sinto que escrevi menos do que eles esperariam, do que eu esperaria; ou talvez tudo isto não passe de uma vaidade minha. E isto faz-me sentir o amargo.

Foi um ano violento.
Deixei de fumar, procurando engordar menos do que a maioria dos que fazem o mesmo, e que é coisa que hoje suspeito ser um disparate. Faltou-me o sono e veio-me uma depressão.
Fiz a versão final de um livro de formação em gestão, de que fui o principal co-autor.
Em Setembro morreu, atropelada por um carro ao acaso, a minha filha, a minha grande amiga. A depressão adensou-se e, para não andar a chorar pelos cantos, enfrasquei-me em fármacos que me impedem a lucidez necessária para o bem dar aulas, coisa que, aliás, nunca soube fazer bem.
Outubro trouxe-me um operação à minha mulher e um intensificar do apoio às lides domésticas nos meses seguintes.

No fim de Fevereiro de 2007 penso estar reformado, com mais tempo para escrever e com mais tempo para ser. Com mais tempo para, simplesmente, estar. Então me redimirei.